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23/11/2012

A valorização do Despachante Aduaneiro.


Receita Federal vai exigir um exame de qualificação técnica para os profissionais que quiserem atuar como despachante aduaneiro de exportações e importações nos portos, aeroportos e pontos de fronteira. Esta regra que vale a partir deste ano promete mudar o perfil dos profissionais que atuam no comércio. Para explicar o que vai mudar e as oportunidades que irão surgir, o consultor Reinaldo dos Santos concedeu uma entrevista exclusiva para a ABRACOMEX.

ABRACOMEX: A Receita Federal abriu as inscrições para o exame de qualificação de Despachante Aduaneiro, como o Sr. avalia o impacto deste novo procedimento para valorização do profissional?
Resposta: Eu diria que foi uma grande vitória para a classe de Despachantes Aduaneiros, pois tanto o SINDASP quanto a FEADUANEIROS vinham trabalhando de forma incansável havia muitos anos para o reconhecimento  desse profissional junto ao Ministério da Fazenda. Acredito que essa valorização não será de pronto, mas certamente daqui alguns anos haverá mudanças significativas, pois na medida em você cria dificuldades e critérios para a ascensão desse profissional a categoria de despachante, você melhora sobremaneira o nível desses profissionais como também dos serviços prestados e, principalmente se considerarmos que a realização desse exame está sob a responsabilidade  da ESAF (Escola de Administração Fazendária) órgão subordinado ao Ministério da Fazenda, o que, por si só, transmite ao candidato  a lisura e seriedade desse processo.

ABRACOMEX: No comércio internacional cada vez mais difícil, como o despachante aduaneiro pode auxiliar as empresas do setor a ganharem competitividade?
Resposta: Ele será o “elo” fundamental entre o exportador e o importador, pois é com base no seu conhecimento profissional que ele conduzirá as empresas a proceder dentro de uma logística adequada a cada produto e buscando sempre  a redução dos custos operacionais. Como também o relacionamento adequado com os órgãos intervenientes no comércio exterior.

ABRACOMEX: Em sua opinião os profissionais em geral estão preparados para desempenhar o papel acima descrito?
Resposta: Em minha opinião, parte dos profissionais da área tem essa competência, mas é preciso caminhar muito para atingirmos um nível de excelência. Pois, o nosso aprendizado é no dia a dia, aprende-se diante dos problemas. Mas, só isso não basta, esse profissional precisa de atualizado constante e, principalmente no que diz respeito a legislação aduaneira de forma geral.

Reinaldo dos Santos • Mais de 30 anos de experiência no comércio exterior. • Despachante Aduaneiro. • Consultor Aduaneiro da V. Santos Assessoria Aduaneira, em São Paulo. • Instrutor de despacho aduaneiro da ABRACOMEX. • Formação e especialização na área aduaneira de importação e exportação. 


22/11/2012

NOVAS REGRAS DO RADAR- HABILITAÇÃO PARA ATUAR NO COMÉRCIO EXTERIOR


Com a finalidade de aprimorar a habilitação para atuar no Comércio Exterior, a Receita Federal do Brasil editou a IN 1288/12, que entrou em vigor em 03.09.2012, que trouxe inúmeras mudanças nas regras que regulamentam a habilitação, revogando a IN 650/06.
No entanto, em que pesem as novas regras com o intuito de aperfeiçoar a habilitação, muitos pontos trazidos pela nova regra prometem levar as empresas a tomarem alguns cuidados e se atentarem aos novos requisitos impostos.

Isto porque na modalidade Pessoa Jurídica que poderá ser Expressa, Ilimitada e Limitada à U$ 150.000,00 ( Cento e cinquenta Mil Dólares) as empresas ficarão sujeitas à análise da estimativa da capacidade financeira pela Receita Federal. Quer dizer na prática que através da análise fiscal da empresa e conforme critérios estabelecidos em ato normativo expedido pela Coana, será estimada a capacidade financeira de acordo com a sistemática de cálculos estabelecidos em referido ato normativo.
Pelo ato normativo expedido pela Coana, a capacidade financeira da pessoa jurídica requerente para operar no comércio exterior em cada período consecutivo de 6 (seis) meses será estimada com base na soma dos recolhimentos efetuados pela requerente nos últimos 5 (cinco) anos-calendário anteriores ao protocolo do requerimento, obtidos nas bases de dados da RFB, dos tributos e contribuições recolhidas e no caso do Simples, com base Contribuição Previdenciária relativa aos funcionários empregados pela requerente.

Assim, deve a empresa se atentar aos critérios acima estabelecidos para que possa obter a habilitação em valores compatíveis à sua capacidade financeira. Importante salientar que em que pese a taxatividade do ato, existem outras formas de demonstrar a capacidade financeira da empresa, juntamente com a licitude dos recursos empregados na operação, o que possibilite a busca da habilitação em juízo em casos de indeferimento que não levarem em consideração outros fatores e provas além das taxadas no critério estabelecido, que ao meu entender não é absoluta e limita em muito o conceito de capacidade financeira para fins de calculo de valor da habilitação.

Por fim, quanto ao prazo, o artigo 17 da IN 1288/12 fixou em 10 dias a partir do protocolo, sob pena de ser habilitada de oficio pelo Chefe da Unidade Fiscal, nos termos do parágrafo terceiro da IN 1288/12. Da mesma forma, entendo que medidas jurídicas serão cabíveis no descumprimento do prazo e consequente recusa na habilitação de Oficio pelo Chefe da Unidade da Receita Federal.

AUGUSTO FAUVEL DE MOARES, Advogado do Escritório Fauvel e Moraes Sociedade de Advogados e Presidente da Comissão de Direito Aduaneiro da OAB/SP

Novo complexo logístico será o terceiro maior do País.


As exportações mineiras de rações para animais, nos primeiros nove meses de 2012, somaram US$ 18,2 milhões, valor 108,4% superior ao montante de igual período de 2011. Os dados foram divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com avaliação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), o incremento das vendas externas por Minas ultrapassou o aumento das exportações nacionais, de 7,1%.

“Em 2012, a receita de vendas das rações mineiras representou 14,7% das exportações brasileiras do produto, ou US$ 123,8 milhões, maior parcela já registrada”, diz Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea). “Os resultados são positivos. A cifra dos primeiros nove meses de 2012 é 232,2% superior à média do valor exportado, anualmente, desde 2001, que foi de US$ 5,5 milhões. 

O segmento que tem maior contribuição no grupo é o de rações para cães e gatos, com parcela de 49,8% do montante total registrado nos primeiros nove meses de 2012. A receita de vendas desse grupo atingiu US$ 9,1 milhões, crescimento de 9,2% e, relação ao montante do período de janeiro a setembro de 2011.

Nas exportações do grupo, o maior crescimento foi o especificado como outras preparações para alimentação animal. O aumento das vendas externas dessa classificação foi de 2.221,5% e o montante se aproximou do valor auferido pela ração para cães e gatos, com parcela de 49,7% e cifra de US$ 9,0 milhões. 

Chile lidera compras
O bom desempenho das exportações mineiras de rações para animais se deve principalmente ao aumento das compras dos principais países importadores. Márcia Silva assinala que o desempenho do Chile se destacou dentre os demais membros. “O país assumiu a liderança das compras, posição ocupada pelo Uruguai no período de janeiro a setembro de 2011.”

As compras chilenas passaram de US$ 322,7 mil para US$ 9,0 milhões, uma expansão de 2.681,0%, comparando os três primeiros trimestres de 2011 e 2012. O Uruguai, segundo colocado, importou US$ 2,6 milhões e aumentou em 44,4% suas compras dos produtos mineiros.

O terceiro colocado no ranking dos principais destinos foi a Colômbia, que aumentou suas compras em 103,5%, alcançando o montante de US$ 1,1 milhão. “Os três principais destinos absorveram 69,8% das exportações mineiras de rações para animais, evidenciando que a maior parcela das vendas externas desses produtos destina-se a países latino-americanos”, acrescenta a assessora.

Para Márcia Silva, o aumento das exportações de produtos não convencionais, como as rações, é uma boa alternativa para minimizar os efeitos negativos do desaquecimento das exportações estaduais. “Os setores tradicionais da economia mineira são os mais afetados por terem maior densidade comercial. Essa é a grande contribuição da diversificação de mercados que, juntamente com a agregação do valor aos produtos, colabora para a expansão das relações internacionais mineiras. Esses mecanismos são capazes de reduzir os efeitos da crise financeira internacional e do consequente arrefecimento do comércio mundial.

Vendas externas em ascensão
  • US$ 18,2 milhões (+108,4%)
  • Aumento de 232,2% desde 2001
  • Rações para cães e gatos: US$ 9,1 milhões (+9,2%)

Principais Destinos:
  • Chile: US$ 9,0 milhões (+2.681,0%)
  • Uruguai: US$ 2,6 milhões (+44,4%)
  • Colômbia: US$ 1,1 (+103,5%)

Fonte: SEAPA MG

21/11/2012

Venda de veículos importados subirá em 2013, diz Abeiva.


O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), Flávio Padovan, disse, que a venda de veículos importados das companhias ligadas à Associação deverão atingir 150 mil unidades em 2013, o que representaria uma alta de 25% sobre as 120 mil estimadas para 2012. "Mas as vendas vão subir porque 2012 foi um ano péssimo para as importadoras. Mesmo com a recuperação, em 2013 haverá uma queda de quase 25% sobre as 199 mil unidades de 2011, ano que foi recorde para o setor", disse Padovan, no Salão do Automóvel de São Paulo.

Segundo ele, o principal motivo para a queda nas vendas neste ano foi a alta de 30 pontos porcentuais do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados. Com o novo regime automotivo (Inovar-Auto), a partir de 2013 as importadoras terão cotas, com o IPI reduzido, de até 4.800 veículos por ano, ou a média dos três últimos anos anteriores ao novo regime. Acima dos limites impostos a cada empresa, o IPI volta a ter uma alta de 30 pontos porcentuais.
Padovan, que preside a Jaguar Land Rover para a América Latina, lembra que só sua companhia comercializa cerca de 10 mil veículos ao ano no País. Ele avalia que os veículos luxuosos das marcas não são menos sensíveis à alta do IPI que outros importados mais simples. "Não existe sensibilidade que consiga absorver uma alta de 30 pontos do IPI", concluiu.
Fonte: Exame

19/11/2012

Pequenas empresas buscam ajuda para aprender a exportar.



Nem o câmbio, nem o custo Brasil. Além dos efeitos da crise mundial, boa parte das 585 empresas brasileiras que deixaram de exportar entre janeiro e setembro, conforme levantamento da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), foi vítima da falta de preparo e de estrutura para enfrentar a disputa no mercado internacional. Experiências frustradas ou mesmo a dificuldade de cruzar a fronteira brasileira e manter negócios num mercado implacável nas exigências de qualidade e prazos de entrega derrubam, inclusive, o valor de um produto com potencial. Na tentativa de driblar a estatística perversa e que tem persistido desde 2008, instituições como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Instituto Centro Cape, braço do Mãos de Minas, maior central de cooperativas de artesãos de Minas Gerais, ampliam programas de qualificação de micro e pequenas empresas.

A própria AEB discute com parceiros do setor industrial propostas para apoiar esse segmento mais frágil da economia exportadora. Desde 2009, quando criou, com esse objetivo, o Projeto Extensão Industrial Exportadora (Peiex), a Apex-Brasil atendeu 10.500 candidatas a exportadoras de pequeno a médio porte, oferecendo consultoria gratuita de gestão, controles financeiros, processos eficientes de produção e formação de gente qualificada. A instituição tem 32 núcleos operacionais em 12 estados e no Distrito Federal e escolheu Minas Gerais para fortalecer a iniciativa.

Outros três núcleos do Peiex serão abertos entre março e abril de 2013 em Minas, contemplando empresas de Muriaé, na Zona da Mata mineira, São João del-Rei, na Região Central do estado, e Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha. Eles vão se juntar aos seis pontos de atendimento em terras mineiras, onde foram beneficiadas 1.900 empresas, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Estudo feito pelo IEL identificou demanda para a formação de 15 núcleos do programa.
Minas tem sido o estado mais beneficiado com a política da Apex-Brasil, segundo o coordenador do Peiex, Tiago Terra. Os recursos destinados ao programa vão chegar a R$ 6 milhões até o fim do ano que vem, com a meta de atendimento de 2.800 empresas, em razão da extensão territorial e da vocação mineira para as exportações. Os planos serão conduzidos a despeito dos efeitos da crise na Europa e nos Estados Unidos, que também explicam a saída de empresas brasileiras do comércio internacional. A estimativa da Apex-Brasil é de que são necessários, pelo menos, dois a três anos de preparação nas pequenas empresas dispostas a exportar.

“Quando a crise terminar, temos de estar prontos para participar do mercado internacional. Não há milagre nisso, e sim um trabalho intenso e que envolve ações de médio e longo prazo”, afirma Tiago Terra. Com os novos rumos da política cambial no Brasil, que aproximou o dólar do patamar considerado ideal pela AEB (R$ 2,30), ficaram evidentes mais obstáculos para as pequenas e médias empresas, que agora ganham importância, de acordo com o presidente da instituição, José Augusto de Castro. “Queremos criar um guarda-chuva em apoio às pequenas e médias empresas, para que elas se sintam encorajadas a correr os riscos do mercado internacional”, diz. Entre esses fatores, além da gestão profissional, ele destaca as necessidade de redução dos custos da produção e da tributação no Brasil, e a proposta de criação de uma espécie de seguro para os pequenos exportadores.
NOVA CULTURA Em Minas, o IEL/Fiemg se surpreendeu com o interesse demonstrado pelas pequenas empresas que estão sendo assistidas para ter condições de exportar. A coordenadora local do Peiex, Patrícia Ribeiro, diz que 700 organizações de um universo que vai alcançar 1 mil empreendimentos até 2013 estão sendo atendidas no segundo ciclo do programa em andamento, num ambiente de maior maturidade e confiança. “O simples fato de as empresas participarem mais de feiras internacionais e missões ao exterior revela esse avanço”, afirma.

Fundada 21 anos atrás, a Rarus Móveis é uma das empresas que se reestruturaram com a firme decisão de implantar uma nova cultura interna, conta o diretor responsável pela gestão da empresa de Belo Horizonte, Elton Alves de Oliveira. A fábrica adotou uma filosofia profissional de trabalho, implantou sistemas de gestão de processos, setorizou a produção e otimizou os processos, com a ajuda de ferramentas de controle. “A mudança e a nova cultura atingiram todas as áreas, com a mentalidade da busca de mellhorias contínuas”, afirma.
Antes mesmo de chegar ao ponto de realizar o sonho de exportar –algo ainda na fase de planos, define Elton Oliveira –, a fábrica, que produz móveis por encomenda com o trabalho de 30 empregados em um galpão ainda alugado, aprendeu a importância da inovação e ganhou condições para competir melhor no seu quintal. Esse é um dos resultados da preparação para as exportações, lembra Tiago Terra, da Apex-Brasil. “O fato de a empresa estar se adequando para o mercado internacional a deixa mais competitiva no mercado interno”, afirma. Cerca de 10% das empresas que recebem a consultoria conseguem atuar no exterior.

Artesanato vive bom momento
O aumento significativo das exportações de artesanato de Minas Gerais, conforme os registros do Instituto Centro Cape, reflete a profissionalização de artesãos e de oficinas. As vendas externas da arte popular feita no estado evoluíram de modestos US$ 10 mil em 2002 para os US$ 4,971 milhões do ano passado e devem alcançar US$ 6 milhões no balanço deste ano. Desde 2007, 161 artesãos, oficinas ou ateliês foram certificados pelo selo Instituto de Qualidade Sustentável (IQS), criado na forma de atestado de qualidade de todo o processo de trabalho.


Controles e conceitos essenciais no mundo empresarial, como a formação de preços e uma linha organizada de produção, passaram a fazer parte de um dia a dia que os artesãos desconheciam e permitiu que eles dessem continuidade aos pedidos, condição essencial para os importadores, lembra Tânia Machado, presidente do Instituto Centro Cape e da Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa). “O artesão que exporta não só aprende a vender melhor o seu produto, mas compra de forma mais eficiente a sua matéria-prima e passa a ter cuidados em todo o processo de produção, da qualidade à embalagem”, afirma. Cerca de 300 artesãos filiados ao Mãos de Minas já se submeteram à consultoria e ao treinamento.

EM SÉRIE Em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o artesão Thiago Silva deu novo rumo à produção de carteiras, chaveiros, vasos decorativos e outras peças exclusivas feitas em tecido, juta e material reciclado, depois de adotar o sistema da fabricação seriada. “Hoje, eu sei o meu custo de produção detalhado e o tempo gasto em cada peça, o que me proporcionou um cronograma de produção”, afirma. Mais seguro, ele colheu no ano passado os primeiros frutos da exportação, ao ser selecionado pela rede espanhola El Corte Ingléz, que fez compras no Brasil.

Thiago Silva vendeu 4 mil peças para o magazine e agora negocia a venda de produtos para a gigante americana TJMaxx. Para reforçar o trabalho de apoio aos artesãos exportadores, a Abexa vai levar os autores às feiras internacionais – são nove eventos por ano – para que eles aprendam na prática como negociar, conheçam a produção dos concorrentes e saibam da importância de estar preparados para dar continuidade aos eventuais pedidos dos importadores. Cerca de 70% das exportações dos artesãos de Minas são destinadas aos Estados Unidos, seguidos da Itália, França, Espanha e Portugal. Neste ano, até o primeiro semestre, os presépios em palha lideraram o ranking dos trabalhos mais vendidos na Europa, com base em levantamento do Instituto Centro Cape. Peças em pedra-sabão, cabaça, papel machê e ferro completaram a relação dos itens mais valorizados no exterior. (MV)


Fonte: Estado de Minas

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13/11/2012

Sinal Verde para os Negócios em 2013.


O Comércio Internacional viveu momento de muita tensão nos últimos 4 anos. As principais economias mundiais estavam em um ritmo menos acelerado e rodeadas de incertezas.
Mas, nesta entrevista, o Dr. José Manuel Meireles de Souza faz uma análise otimista para os negócios em 2013, com a retomada de mercados tradicionais, além da consolidação de novas áreas de abrangência, na Ásia, nos países Árabes e na África.


O Dr º José Manuel Meireles de Sousa  tem mais de 30 anos de experiência em comércio internacional, como Trader de empresas na Europa e no Brasil. Atualmente é o coordenador do curso de Comércio Internacional na Universidade Anhembi Morumbi e também professor e coordenar do Curso de Formação de Internacional Trader da ABRACOMEX .




ABRACOMEX: Quais as perspectivas para o comércio exterior brasileiro em 2013?
Dr º José Manuel Meireles : A economia global deve recuperar lentamente em 2013; a China deverá manter o ritmo de crescimento abaixo de 8% e a Europa, especialmente os países do sul, deverão continuar com elevado desemprego e baixo desenvolvimento. Também a Argentina não deve frear o crescimento que não deve ultrapassar os 2%. O comércio exterior brasileiro é muito dependente da China (em commodities) da Argentina e da Europa e como tal deve ressentir-se da falta de crescimento nesses países; por outro lado as políticas comerciais estão muito voltadas para o consumo e não à agregação de valor, o que fará perdurar a tendência de exportação de produtos básicos e uma cada vez menor participação de manufaturados na matriz exportadora. As commodities alimentares continuarão em alta compensando o fraco desempenho dos manufaturados.
ABRACOMEX : Qual é o papel do profissional de International Trader neste cenário?
Dr º José Manuel Meireles : As exportações brasileiras de alguma forma estagnaram, não diminuindo em grande parte devido às cotações das commodities, pois os manufaturados que em 2001 representavam cerca de 56% na matriz exportadora brasileira, passaram a representar cerca de 34% em 2011. Esta situação é em parte consequência do aumento de consumo interno que, no entanto está sendo corroído pelas importações de produtos do extremo oriente, em grande parte chinesa. Ora as grandes maiorias dos produtos brasileiros apresentam qualidade superior aos produtos chineses e não deveriam concorrer-nos mesmos mercados. O International Trader tem como grande missão encontrar mercados que apreciem a qualidade  dos produtos brasileiros e não somente o preço. Como exemplo, o valor médio de exportação de sapatos brasileiros, segundo a revista World Footwear Yearbook 2012, em 2011 foi de US$ 11,47, contra US$ 32,00 do calçado português ou US$ 3,87 do calçado chinês; deverá ser neste ponto que o International Trader deve atuar, não concorrer com o calçado de US$ 3,87, mas procurar mercados que paguem mais pelos produtos brasileiros. Para isso é preciso técnica e encarar o mercado internacional não como uma oportunidade pontual da empresa, mas como uma estratégia de crescimento empresarial.


ABRACOMEX : Como o Sr. avalia a preparação das empresas brasileiras, para enfrentar a concorrência do produtos importados, principalmente a China?
Dr º José Manuel Meireles : Asa empresas brasileiras, agora voltadas para o mercado brasileiro, não estão preparadas para enfrentar a concorrência chinesa, sobretudo porque não existe um balanceamento entre a boa qualidade dos produtos brasileiros e os mercados para onde esses produtos são comercializados; se a maioria das indústrias produz com qualidade internacional, a parte comercial das empresas não está à altura do esforço de produção; torna-se necessário entender que o produto brasileiro só concorre com o chinês porque as empresas brasileiras insistem em vender-nos mesmos mercados onde empresas chinesas comercializam os produtos e quando encontram mercados exteriores exportam em vez de se internacionalizarem. A cultura de internacionalização fará com que as empresas ultrapassem a concorrência chinesa, pelo menos enquanto as indústrias chinesas não aumentarem a qualidade de seus produtos.


ABRACOMEX : Dentre as suas diversas negociações internacionais qual o caso mais curioso já vivenciou ligado a diferença cultural?
Dr º José Manuel Meireles : Diferenças culturais existem em todas as negociações inclusive no Brasil. Curiosamente considero o Norte do Brasil culturalmente mais distante da região Sul do Brasil, que a Europa ou os Estados Unidos. Mas negociar é sempre um desafio que também é ganho pela adaptação cultural. As negociações que durante vários anos tive com empresas estatais norte coreano foram eventualmente as mais interessantes, pois sendo a Coréia do Norte um país isolado do mundo e com comunicações muito difíceis a concretização de negócios e, sobretudo o fechamento é complicado, pois quer a burocracia, quer o aspecto legal tornam a negociação complexa, mas também altamente motivadora.  
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07/11/2012

China Torna-se o Maior Parceiro Comercial do Brasil


Gigante asiático já deixou os Estados Unidos para trás em 2012
Pela primeira vez na história, a China deve desbancar os Estados Unidos e se firmar como principal fornecedor do Brasil em 2012.
De acordo com a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, ao longo do ano, o país asiático, que é o maior comprador dos nossos produtos há três anos, vem revelando-se como a maior vendedora de produtos e, a apenas dois meses para o final de 2012, essa posição agora já está consolidada. “Houve redução das importações dos Estados Unidos combinada com aumento das importações da China”, explicou Tatiana.
De acordo com a secretária, chamou a atenção a diminuição das compras brasileiras dos Estados Unidos de hulha, um carvão que se usa no forno industrial. Também foi menor a compra de algodão “Já da China, importamos bens de capital e componentes de produtos”, exemplificou.
Álém desses dados, a China vem também ampliando os investimentos por aqui. A fabricante de carros China Zhejiang Geely Holding Group Co. está avaliando países para impulsionar as vendas, incluindo o Brasil. O País, ao lado da Índia, estão no foco da montadora asiática.
Fonte: D24am.com
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05/11/2012

Comércio exterior pode ter segundo melhor ano em 2012.


Apesar das dificuldades, 2012 será o segundo melhor ano do comércio exterior do Brasil, perdendo para 2011, segundo a secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres. As exportações de manufaturados impedirão uma queda maior nas vendas externas, segundo a secretária.
“O saldo positivo na balança no final do ano será maior que o esperado por muitos”, disse a secretária. O comércio exterior brasileiro está sendo afetado pela crise internacional, que diminuiu a demanda por parte de alguns países, e também pela queda de preços de alguns produtos que o Brasil exporta, como o minério de ferro.

“Em 2011, não sentimos os efeitos do cenário externo, que já estava preocupante. Em 2012, a retração de mercados e queda de preços afeta nosso comércio exterior”, disse a secretária, para quem a mensagem não é negativa.

Países árabes

Durante evento realizado  pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, a secretária destacou a importância da região para o comércio exterior brasileiro. “O mercado árabe é estratégico. É importante para o Brasil diversificar seus parceiros comerciais, sua na pauta exportadora”, disse.

Nos últimos 10 anos as exportações do Brasil para a região cresceram cerca de 4 vezes, o mesmo ocorreu com as importações. A corrente de comércio atingiu seu recorde em 2011, 25 bilhões de dólares. Açúcar e carne correspondem a cerca de 50% do que o Brasil exporta para a região. 85% do que o Brasil importa da região são combustíveis e lubrificantes. “Há um potencial muito grande a ser explorado”, disse.

A crise internacional faz o Brasil viver um período de baixa demanda por parte de países tradicionais como os da União Europeia, a vizinha Argentina e também a China, segundo a secretária. Na ponta contrária, as importações vindas da China aumentam, e o país pode passar os Estados Unidos como maior vendedor para o país.

De janeiro a setembro, as exportações brasileiras para o mundo caíram 4,9% - a queda em relação aos países árabes foi menor, segundo a secretária, que destacou a importância de o Brasil manter sua presença na região. Para as empresas, a dificuldade está na regularidade do processo exportador, segundo a secretária.
Fonte:  Exame
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Confira as próximas turmas agendadas para 2013: 
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01/11/2012

Camex reduz imposto de importação de 330 novos itens .


 A Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu o imposto de importação de 330 itens de bens de capital (máquinas e equipamentos para produção) e bens de informática, que não têm produção no Brasil, até 30 de junho de 2014, informou o Ministério da Previdência Social nesta quarta-feira (31), quando a medida foi publicada no "Diário Oficial da União".

No caso dos bens de capital, são 322 ex-tarifários, dos quais 45 são renovações e 277 novas concessões. Para estes itens, a alíquota do imposto de importação recuou de 14% para 2%, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior (MDIC). Sobre os bens de informática, houve redução de imposto de 16% para 2% para impressoras de grande formato e renovação da redução tarifária de 16% para zero para sete equipamentos relacionados a investimentos em tecnologia de TV digital. 

Regime de ex-tarifários
O regime de ex-tarifário é um mecanismo de estímulo aos investimentos produtivos no país por meio da redução temporária do imposto de importação para bens de capital e de informática e telecomunicação, que não são produzidos no Brasil.
O objetivo é aumentar a inovação tecnológica por parte de empresas de diferentes segmentos da economia, produzir efeito multiplicador de emprego e renda, além de desempenhar papel especial no esforço de adequação e melhoria da infraestrutura nacional. O regime serve ainda para estimular os investimentos para o abastecimento do mercado interno de bens de consumo e contribuir para o aumento da competitividade de bens destinados ao mercado externo.

Parcial de 2012
Com as duas novas Resoluções da Camex, o número total de ex-tarifários aprovados em 2012 chega a 2.134. "Os benefícios fiscais que passam a vigorar a partir de hoje incentivarão investimentos globais de mais de US$ 7,021 bilhões e investimentos em importações de aproximadamente US$ 340 milhões", informou o governo.
Em relação aos países de origem das importações beneficiadas com os novos ex-tarifários, destacam-se, de acordo com o MDIC, EUA (44,80%), Alemanha (10,19%) e Itália (7,62%). Os principais setores contemplados, em relação aos investimentos globais, foram o de petróleo (31,37%), o automotivo (19,96%), o de autopeças (11,47%), o ferroviário (8,91%), e o setor de mineração (8,62%).

Entre os grandes projetos que serão incentivados com a redução tarifária, ainda segundo o governo federal, destacam-se a implantação de uma fábrica para produção de duzentos mil veículos por ano, em Rezende (RJ), a construção de uma unidade para produção de mais de vinte mil toneladas de pneus por ano, no Rio de Janeiro (RJ), a construção de uma fábrica de fertilizantes em Três Lagoas (MS), e a expansão da linha verde do metrô de São Paulo (SP).

Fonte: G1.com


26/09/2012

Brasil x EUA: A suposta crise diplomática.


Os Estados Unidos estão acusando o Brasil de protecionismo. Foi o que revelou uma dura carta enviada na  semana passada pelo representante comercial dos Estados Unidos, Ron Kirk, ao ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota.

Segue alguns trechos do documento:

- “Escrevo para expressar em termos fortes e claros a preocupação dos Estados Unidos com os aumentos de tarifas de importação propostos e programados no Brasil e no Mercosul”.

- “O aumento de tarifas no Brasil vai restringir significativamente o comércio em comparação aos níveis atuais e representa claramente uma medida protecionista.”.

- “As ações do Brasil prejudicam seus parceiros comerciais na região e no mundo. Historicamente, esse tipo de ação leva os parceiros a responder da mesma maneira, o que amplifica o impacto negativo”.

- “Peço ao Brasil para reconsiderar a implementação de novos aumentos de tarifa e para desistir daqueles que já foram aplicados”.

Kirk se refere aos aumentos de tarifas de importação promovidos pelo governo Dilma Rousseff. No início do mês, o Brasil elevou as alíquotas cobradas de 100 produtos e anunciou que prepara uma lista de mais 100. São poucos itens em um universo de 10 mil posições tarifárias, mas representam produtos importantes, como aço e resinas plásticas, insumos para diferentes cadeias produtivas.


A ABRACOMEX entrevistou 3 de nossos especialistas em Comércio Exterior que deram sua opnião sobre o assunto:


Carlos Araújo
• Professor Universitário. Editor do blog comexblog.com.
• Especialista em Logística e Comércio Internacional. 
  
Germano Gehrke
• Professor de Comércio Exterior Furb (Blumenau) e Unidavi (Rio do Sul)
  
 Paulo Melo
• Mestre em negócios internacionais pela Universidade de Bristol, Inglaterra.
• Professor universitário, palestrante e consultor.
• Sócio-Diretor da R&M Treinamento Ltda em São Paulo.
  

ABRACOMEX -   O que acha sobre a acusação dos USA contra o Brasil de ter práticas protecionistas? 

Carlos Araujo: Ambos os lados possuem telhado de vidro, já que os EUA inundaram o mercado com dinheiro barato para aquecer a sua economia, e isso fez o dólar se desvalorizar perante outras moedas e aumentará as suas exportações. Ainda assim, os EUA subsidiam pesadamente a sua agricultura. Do lado de cá, o Brasil é altamente protecionista, e não é de agora.

Brasil e Estados Unidos estão apenas jogando para a plateia.

Germano Gehrke: Sobre a acusação dos Estados Unidos de que o Brasil teria adotado recentemente práticas protecionistas, cabe primeiramente uma análise dos 100 produtos incluídos na decisão brasileira de aumentar impostos de importação. Nem todo o aumento de imposto de importação é questionado ou considerado como medida protecionista. No passado, o Brasil aumentou o imposto de importação para produtos originários da China em função de um aumento expressivo e pouco usual das importações brasileiras daquele país. Há pouco mais de 3 anos, por exemplo, o imposto de importação de confecções originárias da China passou de 20% para 35%, sem que houvesse maiores repercussões.  

Concretamente em relação à lista dos 100 produtos que tiveram acréscimo no imposto de importação e que originou a reclamação dos Estados Unidos, ao tomarmos o primeiro produto listado, Batatas Congeladas (NCM 2004.1000), cujo imposto de importação passou de 14% para 25%, nota-se uma tendência de queda nas importações ao compararmos os primeiros oito meses deste ano (US$ 118 milhões) com o mesmo período de 2011 (US$ 134 milhões). Este dado, isoladamente, não justificaria o aumento do imposto de importação sobre este produto. Além disso, cabe notar que a Argentina foi o maior fornecedor de batatas congeladas para o Brasil nos primeiros 8 meses de 2012, responsável por mais de 50% do volume que importamos, um resultado alinhado com nossa política de apoio ao Mercosul. Por último, cabe questionar as razões pelas quais o Brasil importa batatas congeladas? Com a inequívoca vocação que temos para a produção e exportação de produtos agrícolas e derivados, por que não seríamos competentes na produção destas batatas?


Paulo Melo: O Brasil de fato tem práticas claramente protecionistas; mas não vejo uma guerra cambial dos EUA contra o Brasil; apenas os EUA estão tomando decisões de política econômica interna para alavancar sua economia, que infelizmente atingem países despreparados como o Brasil e que dependem de fatores externos favoráveis para manter seu saldo na balança comercial. 
A grande guerra cambial não parece ser com os EUA, mas sim com a China, que claramente manipula sua taxa de câmbio para favorecer suas exportações. 
Na verdade, este fato está sendo utilizado como pano de fundo para justificar o mau desempenho do nosso comércio exterior, altamente dependente de commodities. De novo, o Brasil continua insistindo em  parcerias com países que, estes sim, estão em "guerra comercial" declarada com o Brasil como é o caso da Argentina. Estamos mirando no "inimigo" errado.
O Brasil é um país emergente que precisa de ajuda dos países ricos, mas não aceita criticas e nem aguenta a pressão de um jogo de "gente grande". 
O Brasil devia fazer seu dever de casa: reduzir o chamado "custo Brasil" e resolver suas ineficiências crônicas para se tornar um país mais competitivo.

ABRACOMEX-   Quais os reflexos para o comércio exterior brasileiro com uma suposta guerra cambial praticada pelo USA e Europa?


Carlos Araujo: Os Estados Unidos acusam o Brasil de ser protecionista, mas se recusam a discutir a questão cambial. Eles também distorcem o comércio. Com uma desvalorização cambial, os EUA oferecem um subsídio direto para as suas exportações, e em conjunto fortalecem as suas tarifas de importação.  Do lado de cá, as tarifas de importação podem perder a eficácia com a valorização cambial recente.

Isso pode comprometer o comércio bilateral entre Brasil e EUA.  Já para a Europa, vai depender do comportamento do Euro nos próximos meses.


Germano Gehrke: As políticas adotadas pelos Estados Unidos e Europa de facilitação de acesso ao capital (quantitative easing) têm por objetivo principal criar condições mais favoráveis para o crescimento econômico. Há, entretanto, efeitos colaterais ou menores, à medida que parte deste dinheiro facilmente disponível acaba sendo atraído por países que remuneram o capital com juros mais altos que os praticados no país de origem. Ainda assim, as resultantes desvalorizações das moedas dos países que praticam estas políticas acabam por tornar seus produtos mais competitivos. Para países que sofrem com estas medidas, como é o caso do Brasil, resta reconhecer que são medidas essencialmente voltadas para tornar o ambiente mais favorável ao crescimento da economia em sua origem e que traz como consequência o aumento de competitividade dos produtos destes países através da desvalorização da sua moeda. Cabe ao Brasil adotar mecanismos que evitem a valorização de nossa moeda, tal como a redução dos juros (que ainda estão muito altos) ou mesmo a imposição de impostos sobre capital estrangeiro especulativo, que já foi adotada no passado. 


Paulo Melo: O Brasil depende mais dos EUA  do que os EUA do Brasil. Este "jogo" não é equilibrado; assim, não nos interessaria uma "guerra comercial" com um dos nossos principais mercados consumidores de produtos brasileiros. A solução dos problemas econômicos internos americanos, ajudaria mais o Brasil do que ficar trocando acusações de quem é mais ou menos protecionista. 

24/09/2012

Insetos “tipo exportação”.

Uma empresa brasileira já se prepara para os novos tempos. A Nutrinsecta, produtora de grilos, besouros, baratas e moscas, aguarda certificação do Ministério da Agricultura para que seus insetos, hoje usados na 
alimentação animal, possam ser consumidos por humanos.
Segundo a Nutrinsecta, em mais de cem países os insetos já fazem parte da dieta alimentar. A China é um exemplo.
Os preços são altos, um quilo de insetos custa cerca de R$ 200, em média.









18/09/2012

Brasil entra pela primeira vez no ranking dos 50 países mais competitivos


Na avaliação, divulgada pelo Fórum Econômico Mundial, Brasil subiu cinco posições desde o ano passado

Pela primeira vez, o Brasil entrou para o ranking dos 50 países mais competitivos no Relatório Global de Competitividade, divulgado nesta quarta-feira pelo Fórum Econômico Mundial. Para chegar à 48ª posição desta edição do ranking, o País subiu cinco lugares desde o ano passado.
No topo do ranking, pelo quarto ano consecutivo, está a Suíça. Cingapura ficou em segundo lugar, seguido por Finlândia, Suécia, Holanda e Alemanha. Já os Estados Unidos caíram da quinta posição que ocupavam em 2011 para o sétimo lugar. Em oitavo, nono e décimo lugares ficaram Reino Unido, Hong Kong e Japão, respectivamente.
De acordo com o responsável pela análise dos dados brasileiros, Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, o ranking foi afetado pela incerteza crescente por conta da crise na Europa, da vulnerabilidade norte-americana e da desaceleração da China. A Fundação coordena a coleta e a análise de dados brasileiros.

Avaliação brasileira
 
A melhor avaliação sobre a macroeconomia nacional ajudou a puxar o País para a lista dos 50 mais competitivos. Este ano, o Brasil subiu 53 posições no critério "ambiente macroeconômico", saindo da 115ª colocação em 2011 para a 62ª. O salto, segundo a Fundação Dom Cabral, pode ser consequência da exclusão do indicador "spread bancário" do estudo deste ano. O indicador costuma ser "problemático" para o País, de acordo com a fundação, mas foi retirado da análise de 2012 por ser considerado ineficiente para comparar o grau de eficiência bancária nos diversos países.
Arruda explica que as medidas tomadas pelo governo Dilma Rousseff de redução da taxa básica de juros e consequente na queda dos juros bancários teriam impacto positivo para a colocação do País no ranking, mas não conseguiriam fazer com que o "ambiente macroeconômico" subisse tantas posições.
Além da macroeconomia, o "uso de tecnologias de informação e comunicação" também ajudou a tornar o País mais competitivo, de acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial. O indicador sobre "sofisticação dos negócios", apesar de ter caído dois pontos de 2011 para 2012, ainda é positivo - o Brasil ficou em 33º lugar.
Do outro lado, os níveis de "confiança nos políticos" e "eficiência das políticas de governo" colocam o País em 121ª e 111ª posição, respectivamente. O Brasil também fica mal posicionado na avaliação da "qualidade da infraestrutura de transportes" (79ª posição), da "qualidade da educação" (116ª posição) e do "volume de taxação como limitador ao trabalho e investimentos" (144ª posição). No pilar "inovação", o Brasil caiu da 44ª para 49ª posição. O resultado, avalia Arruda, está ligado à falta de mão de obra qualificada.
O relatório é feito com dados estatísticos nacionais e internacionais, além de pesquisa de opinião feita com executivos. Em 2012, o estudo analisou a competitividade de 144 países.
Fonte: Estadão

14/09/2012

Exportações aceleram com exportação de agronegócio.


As exportações do agronegócio entre os meses de janeiro e agosto deste ano cresceram 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo US$ 62,5 bilhões – o que representa 39% do total das exportações brasileiras em 2012. No mês de agosto, as exportações do setor foram de US$ 8,8 bilhões, enquanto as importações foram de US$ 1,5 bilhão.

Em 2012, os setores que mais venderam foram: complexo soja (US$ 21,4 bilhões), carnes (US$ 10 bilhões), complexo sucroalcooleiro (US$ 7,8 bilhões), produtos florestais (US$ 6 bilhões) e café (US$ 4,1 bilhões). Juntos esses cinco setores responderam por 79,2% da pauta exportadora. Os que tiveram maior crescimento percentual nas vendas foram fibras e produtos têxteis (62,5%), animais vivos (53,4%, exceto pescados), complexo soja (20,3%), bebidas (17%) e fumo e seus produtos (16,1%). O complexo soja permanece liderando a pauta de exportações com 34,2% de participação, superior à do mesmo período de 2011 que registrou 29%.
Entre setembro de 2011 e agosto de 2012, as exportações dos produtos agropecuários brasileiros atingiram US$ 96 bilhões, crescimento de 8,8% em comparação às vendas nos doze meses imediatamente anteriores. A balança comercial do período registrou superávit de US$ 79,1 bilhões (alta de 10%). As informações foram elaboradas pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a partir dos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A China apresentou o principal aumento das exportações nos últimos 12 meses, de 46,1%, atingindo US$ 19,7 bilhões em aquisições de produtos nacionais. Outros países que se destacaram foram Egito (+40,9%); Venezuela (+36,2%); Tailândia (+33,3%); e Coréia do Sul (+31,8%).
O saldo comercial no mês de agosto (US$ 7,3 bilhões) foi 12% menor que em 2011. Houve queda também no total exportado no período em relação ao ano passado (10,5%), assim como nas importações (1,9%).

No Curso de International Trader os alunos aprendem como vencer as barreiras para aumentar as exportações.
Matricule-se aqui: http://goo.gl/Vt8HJ
 

11/09/2012

Convite Encontro Empresarial Taiwan e Brasil





O Taiwan External Trade Development Council vai liderar uma delegação de exposição de 32 excelentes fornecedores de Taiwan para a América Latina, no Brasil no dia 8 outubro em São Paulo. O objetivo desta visita é a construção de parcerias de negócio estreitas entre Taiwan e esses países. Os fornecedores de Taiwan expositoras irão compartilhar informações de seus mais recentes produtos e amostras presentes, incluindo uma variedad 
e de energia verde e produtos de TIC, máquinas, ferramentas e ferragens, equipamentos esportivos, tecidos e acessórios têxteis, metais e produtos siderúrgicos, peças de automóvel, etc, uma reunião comércio. Além dos fornecedores de produtos, o Banco de Exportação-Importação da República da China também farão parte da delegação para prestar serviços de consultoria em seguro de crédito, crédito, garantia e outros serviços.


Local:São Paulo-SP
Data: Quinta-feira 04 de outubro, de 9:00-18:00
Local: Jardins A, Tivoli Hotel (Alameda Santos, 1437, Cerqueira César, CEP - 01419-001, São Paulo, Brasil)

Inscrições: http://goo.gl/DqhIC

Outros incentivos desta natureza também estarão presentes no Curso de Internacional Trader, que começara no dia 15/09 em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi e diversas outras Câmaras de Comércio.


Acompanhe toda a programação aqui no site da ABRACOMEX, através do endereço :http://goo.gl/vZL5I

05/09/2012

Camex aprova lista de produtos que terão elevação temporária do Imposto de Importação


Em reunião realizada hoje, em Brasília, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), presidida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), aprovou  a lista de cem produtos que terão elevação temporária de Imposto de Importação. A lista aprovada hoje pela Camex não terá vigência automática. Para que os cem produtos tenham elevação de alíquotas, é necessária a apreciação dos demais países sócios do Mercosul a partir do próximo dia 6 de setembro, data em que entra em vigor a normativa do bloco (Decisão CMC n° 39). Os integrantes do Mercosul terão o prazo de 15 dias úteis para eventual negativa acompanhada de fundamentação objetiva.
Só depois desse prazo, se não houver oposição, o Brasil estará autorizado a adotar a medida. As elevações de Imposto de Importação para a lista de cem produtos terão validade de até 12 meses, prorrogáveis por igual período, até o final de 2014, respeitando-se os níveis tarifários consolidados na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Elaboração da lista
A lista foi elaborada pelo Grupo Técnico sobre Alterações Temporárias da Tarifa Externa Comum do Mercosul (GTAT-TEC), instituído na Camex em janeiro, a partir da aprovação da Decisão do Conselho Mercado Comum (CMC) n° 39, em dezembro de 2011.
O GTAT-TEC, presidido pela Secretaria-Executiva da Camex e formado por representantes dos sete ministérios que compõem a Câmara de Comércio Exterior, analisou os pedidos do setor privado e de entidades representativas que enviaram os pleitos por meio de consulta pública. Para apresentar a solicitação, foi necessário fornecer informações como caracterização do produto, alteração pretendida, oferta e demanda, além de dados complementares. Os parâmetros objetivos utilizados para análise dos pedidos foram:
  • compatibilidade com o Plano Brasil Maior e com outras políticas públicas prioritárias, tais como Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), programa de margem de preferência em compras governamentais, novo regime automotivo, entre outras;
  • evolução das importações, em especial o volume e a taxa de crescimento;
  • grau de penetração das importações (porcentagem das importações sobre o consumo nacional aparente);
  • queda do preço médio das importações;
  • balança comercial deficitária;
  • capacidade produtiva compatível com a demanda;
  • nível de utilização da capacidade instalada;
  • coerência da elevação tarifária com a cadeia produtiva;
  • agregação de valor na indústria doméstica;
  • investimentos realizados, em curso ou planejados para o setor;
  • alíquota máxima de 25%, considerando impactos em preços e na cadeia produtiva.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MDIC

04/09/2012

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Veja o regulamento: http://on.fb.me/LgGS8n


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03/09/2012

Homem mais rico da China planeja entrar no mercado brasileiro


Em entrevista exclusiva ao iG, Zong Qinghou diz como vai colocar sua empresa de bebidas entre as 500 maiores do mundo

Zong Qinghou dirige uma Mercedez Benz que comprou há dez anos. Chega cedo ao escritório, um prédio cinza, antigo, de seis andares, que tem na entrada principal durante as 24 horas do dia dois seguranças de farda verde com detalhes em amarelo. Aos 66 anos, trabalha de segunda a sábado, pelo menos 12 horas ao dia e não tem planos de se aposentar.

Apesar de levar uma vida sem nenhum glamour – ele almoça no refeitório da empresa, não gasta com caros ou viagens de turismo aos exterior -, ele é o homem mais rico, entre os 149 bilionários da China, segundo o Hurun Report 2010, publicação dedicada ao mapeamento da riqueza no país. Segundo esse relatório, Zong é dono de uma fortuna de US$ 12 bilhões (R$ 19,4 bilhões). Na lista da Forbes, ele aparece como o terceiro chinês mais rico, com US$ 5,9 bilhões (R$ 9,5 bilhões).

Ele, entretanto, não pretende parar por aí. Dono da empresa de bebidas não alcoólicas Wahaha, presente apenas no território chinês, ele disse ao iG, em seu escritório, que está de olho no mercado brasileiro. Em Hangzhou, no leste da China, dentro de uma sala de 100 metros quadrados, decorada com um aquário – que simboliza a fortuna – dois sofás vermelhos desbotados e as paredes cobertas por estantes de madeira escura lotadas de livros, o assunto preferido do homem mais rico da China estava a 18 mil quilômetros de distância, o Brasil.

Depois de apontar onde cada um dos presentes na entrevista deveriam ficar, como dita a etiqueta de negócios chinesa, Zong sentou-se de frente para a porta – lugar do mais velho, ou do mais importante na hierarquia – e colocou em cima da mesa seu maço de cigarros da marca suíça Davidoff, uma caneca de porcelana com chá e disse para a intérprete que tinha uma hora para a conversa. Como usou uma parte do tempo da entrevista, que foi filmada do começo ao fim por um de seus funcionários, deixou durar um pouco mais.

Sem qualquer embaraço pelo pouco conhecimento que tem do País, perguntou: “Qual é mesmo o número de habitantes do seu país? E quanto custa uma caixinha de chá nos supermercados?” Recebidas as respostas, sorriu, como um garoto que acaba de fazer arte. No instante seguinte, mostrou como o chinês que acumulou do zero uma fortuna de US$ 12 bilhões é rápido em tomar decisões: “Bem, o Brasil me parece um bom mercado. Pode escrever aí que vou começar já a planejar a venda de chá no seu país.”

Passados os quase 70 minutos de entrevista, durante os quais fumou três cigarros, Zong levantou-se, atravessou seu escritório e entrou em um quarto, no extremo oposto da porta de entrada. De lá, um minuto depois, ele volta com uma grande caixa nas mãos, em um embrulho vermelho, que simbolizam a fortuna e alegria. Em uma atitude completamente previsível, tratando-se de um executivo chinês, presenteou o visitante num ato que, para os chineses, sela a criação de uma boa relação profissional e pessoal.

Zong Qinghou: A história da Wahaha está intimamente ligada à reforma econômica da China nos últimos 30 anos. A primeira fase importante da empresa foi durante a era de Deng Xiaoping [presidente chinês de 1978 e 1992], quando foi estabelecido no país o sistema operacional e de distribuição de terra para motivar as pessoas e desenvolver empresas. No início, a Wahaha vendia sorvetes, mas logo detectamos uma demanda nova no mercado e passamos a fabricar bebidas nutritivas para crianças. O segundo momento essencial para Wahaha, durante a década de 1990, foi quando compramos uma empresa de comidas enlatadas. Naquela época, percebemos que o mercado de bebidas era maior e decidimos focar neste setor. O terceiro momento-chave foi quando a Wahaha construiu sua primeira fábrica fora de Hangzhou, com apoio do governo central que queria desenvolver a região de Três Gargantas. De lá para cá, a empresa se expandiu rapidamente por toda a China

iG: Como você deseja ver a Wahaha cinco anos e daqui a dez anos?

Qinghou: A Wahaha irá manter a sua liderança no setor de bebidas e vai crescer para todos os setores da cadeia. No momento, temos participação de 15% no setor de bebidas e esperamos aumentar para 20% até 2016. A meta é estar no ranking da [revista norte-americana] Fortune 500 em cinco a dez anos.
iG: Como a Wahaha tenta se diferenciar para competir com gigantes como a Coca-Cola e a PepsiCo?

Qinghou: Competimos para melhorar nossos produtos, o que ajuda o desenvolvimento da empresa. Em termos de refrigerantes cola, Coca-Cola e a Pepsi definitivamente lideram o mercado, mas a Wahaha Future Cola captura determinado grupo de consumidores. Acredito que estamos mais bem posicionados do que os concorrentes, pois temos uma gama maior de produtos do que os dois. Posso dizer que, pelo menos na China, a Wahaha tem uma posição melhor do que a Coca-Cola e a Pepsi.

iG: Qual a estratégia da Wahaha para estar entre as maiores do mundo?

Qinghou: Na China, vamos crescer em toda a cadeia de bebidas. Também pensamos em entrar no mercado internacional. Já conversamos com algumas empresas, mas, neste momento, vamos manter a calma e pensar em cada movimento antes de tomar uma decisão. Precisamos estar bem preparados para as oportunidades. Recentemente adquirimos uma fazenda de gado para não dependermos apenas dos pequenos produtores chineses de leite. O próximo movimento é procurar oportunidades para desenvolver o negócio de varejo. Queremos também entrar no mercado brasileiro, mas não estamos familiarizados com o mercado até agora. Gostaríamos de fazer parceria com empresas brasileiras de matérias-primas, como por exemplo, companhias de leite em pó ou de plantas das quais podem ser extraídos nutrientes.

iG: A Wahaha vai atuar no mercado brasileiro?

Qinghou: Eu acho que pode ser ótimo. Mas nunca estive no Brasil e primeiro vou fazer uma visita para avaliar o mercado. Se o povo brasileiro está começando mesmo a se preocupar mais com a saúde, acho que pode ser um bom mercado para os chás da Wahaha. Pode escrever aí que vou começar a planejar a ida da Wahaha para o seu país. Depois, se as vendas forem bem, podemos abrir uma fábrica no Brasil. Por enquanto, apenas compramos matérias-primas do Brasil para o nosso suco de laranja.

iG: A Wahaha vai manter seu foco na produção de bebidas de alto valor nutritivo?

Qinghou: Estamos nos concentrando no desenvolvimento de engenharia biológica. Os chineses têm melhor condição de vida hoje em dia, e, portanto, a estrutura de consumo das famílias mudou. As pessoas compram refrigerantes não só para matar a sede, mas também para ter saúde. Então a Wahaha vai colocar mais energia e nutrientes nos refrigerantes num futuro próximo.

iG: Quanto a Wahaha vai investir este ano em pesquisa e desenvolvimento?

Qinghou: Temos uma equipe especializada, que vem estudando diferentes culturas. Vamos investir o que for necessário. Em 2010, investimos 50 milhões de yuan [cerca de R$ 12,5 milhões] em equipamentos para pesquisa e desenvolvimento.

iG: Depois de faturar 55 bilhões de yuan (R$ 13,7 bilhões) no ano passado, qual a sua meta para 2011?
Qinghou: Esperamos que o aumento das receitas de para 70 bilhões de yuan [R$ 17,4 bilhões] este ano e 100 bilhões [R$ 25 bilhões] no ano seguinte.

iG: Como é ser o homem mais rico da China?

Z: Eu não me sinto pressionado por isso. Estou envolvido fundamentalmente nos negócios. Criei minha fortuna passo a passo, por isso não estou preocupado ou estressado em relação a isso.
iG: Como surgiu a ideia de fundar a Wahaha?

Qinghou: Eu trabalhava no campo há 15 anos e os meus pais, na cidade. Minha mãe era uma professora de escola primária. Quando ela aposentou, ocupei sua posição. Naquela ocasião, eu comecei um negócio, mas as pessoas me subestimavam. Então decidi trabalhar para valer, para que eu pudesse ser respeitado. A reforma econômica da China me ajudou a começar.

iG: Agora você sabe que conquistou esse respeito...

Qinghou: Sim. O período que passei no campo, na verdade, me deu a força para conseguir superar problemas diferentes e desenvolveu meu modo de trabalhar duro e meu estilo de vida simples. Quando fundei Wahaha, eu tinha 42 anos, com uma visão mais precisa e madura.

iG: Qual seus planos para a sua filha na Wahaha?

Qinghou: Hoje ela está cuidando de um terço do meu negócio.

iG: O senhor tem fama de mesquinho, por gastar pouco dinheiro. Não gosta de fazer compras?

Qinghou: Eu não me controlo para não ser consumista. Sou de origem pobre e não desenvolvi o hábito de comprar. Além disso, sou muito ocupado para pensar em luxo.

iG: Os estímulos do governo chinês ao consumo interno vão ajudar os negócios da Wahaha?

Qinghou: A Wahaha, particularmente, não deve receber nenhum subsídio ou ajuda financeira do governo. Embora tenhamos a visão de que o país está no caminho certo, o governo central ainda não detalhou como vai alcançar seus objetivos e conseguir a mudança que pretende no desenvolvimento econômico, diminuindo a dependência do exterior. Mas, de maneira geral, a renda familiar está aumentando a um ritmo estável, o que deve impulsionar o mercado de bebidas para um crescimento anual de 20%.

iG: Qual o maior desafio da empresa hoje?

Qinghou: A Wahaha estabeleceu marca, com uma boa imagem, e alcançou uma boa condição financeira até agora. Portanto, não temos um grande problema. No entanto, temos falta de pessoal qualificado e talentoso na empresa.

iG: Como vocês vão resolver isso?

Qinghou: Patrocinamos a educação e investimentos em vários cursos para a nossa equipe. Estamos enviamos alguns funcionários para fazer treinamentos no exterior.

iG: A China vai manter o ritmo de crescimento nos próximos anos e ultrapassar os EUA como maior economia do mundo?

Qinghou: A China é capaz de manter um elevado ritmo de crescimento nos próximos 20 anos. Se a mudança no modelo econômico para o consumo interno for alcançada, isso vai contribuir também para o crescimento de toda a economia global.

iG: O que você mais se orgulha da economia da China?

Qinghou: A China está experimentando o mais rápido ritmo de desenvolvimento ao longo destes anos, e a evolução da infraestrutura em muitas cidades estão bem resolvidos.

iG: Qual sua opinião sobre o Brasil?

Qinghou: O Brasil tem experimentado rápido desenvolvimento econômico nos últimos anos. Tanto a China como o Brasil são países em desenvolvimento e acho que os dois continuarão a ter um crescimento robusto se trabalham arduamente e em conjunto. O Brasil tem a vantagem de ser rico em recursos naturais, mas a riqueza é feita por humanos e isso não acontece naturalmente. Se todos nós trabalharmos duro, o nosso sonho de ser ricos acabará sendo realizado.

Fonte: IG