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31/08/2012

Seminário: Perspectivas das relações comerciais entre o Brasil e os países Árabes


Seminário: Perspectivas das relações comerciais entre o Brasil e os países Árabes

Data: 17/10

Local: Hotel Tivoli - São Paulo


Outros incentivos desta natureza também estarão presentes no Curso de Internacional Trader, que começara no dia 01/09 em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi e diversas outras Câmaras de Comércio.


Acompanhe toda a programação aqui no site da ABRACOMEX, através do endereço http://goo.gl/fWJ4b


29/08/2012

Custo Brasil x Custo Empresa – uma visão estratégica com Nicola Minervini


Porque falamos  tanto de “custo Brasil “ e falamos pouco de  “custo empresa”?
O titulo desse artigo parece uma provocação, ou no mínimo uma pergunta na contramão ou, ainda, de alguém que não mora no Brasil (e isso é verdade, moro na Itália!)
São anos que somos “escravos “ da taxa cambial , uma verdadeira gangorra: se exporta quando o cambio está “favorável , não se exporta  quando o cambio se traduz em menos reais para receber por cada dólar! (isso sem contar que quando deixamos de  exportar, a imagem do Pais lá fora não estará ao máximo  e o nosso habitual importador não vai ficar esperando que se inverta a situação cambial: vai simplesmente trocar de fornecedor mais…constante!(para não dizer mais comercialmente serio!)

E que dizer dos chineses que estão acabando com fabricas de meio mundo? A tal de desindustrialização, muito se deve a eles! (se fala isso de varias partes!)

Primero teríamos que acender uma vela aos chineses (ou tantas quantos são…. os chineses!!)pois graças à eles  tem se mantido uma boa porção de nossas exportações (pena, quase que só commodities: mas não importa , tem entrado dólares, )
Segundo: eles estão investindo (mais  uma outra entrada  de divisas em muitas áreas no Brasil)
Terceiro: talvez em lugar de nos apavorarmos, deveríamos aprender as coisas boas deles, como investimento em pesquisa, formação  de um “exercito”  de engenheiros,   a agressividade comercial, etc.
Não adianta competir com eles: tem que fugir da “rala” e brigar em outro segmento de mercado.
( claro está que temos que nos defender de praticas ilegais, de dumping, etc)

Que tal então levantar um  “muro” de protecionismo: vamos penalizar as importações, melhorar mais ainda a nossa “tecnologia “ de complicar  a vida de quem quer importar?
Os mais antigos lembram que quando nosso mercado estava “protegido” (mais  que o mercado “protegido” estavam protegidos uma meia dúzia de fabricantes”),
a gente andava de “carroças” , tomava uns vinhos “terríveis” a inflação estava na nuvens e quem podia, quando voltava de viagem do exterior vinha carregado de coisas que agora, alguns daqueles objetos, a gente pode tranquilamente comprar no supermercado da esquina.
E depois se é urgente para nos a inovação, será que taxar de sobremaneira as importações não seria dar um “tiro no pé”: quase que 60% das nossa importações são insumos, tecnologia e matéria prima para a nossa indústria
A competitividade da nossa indústria anda no ranking de 133 países, no lugar n° 56, o PIB por hora trabalhada anda por volta de US$ 11,00 contra uma media de US$ 35,00( Alemanha US$56,00)  e o custo industrial médio, tendo os EUA no nível  100, nos estamos em 93 e a China em 74 (só que não temos “o poder de fogo “ dos EUA, nem as condições  de trabalho da China ou da Índia, nem a competitividade da Alemanha )

Outras justas quiexas em nossas conversas diárias tem sido a imensa carga tributaria, a infraestrutura que deixa a desejar, o custo do credito proibitivo, etc., etc. etc.
Quem tiver mais que coloque!
Vamos dar uma olhada na situação:

Europa em crise, Estados Unidos não passam bem , China freando, e aqui  entrando uma enxurrada de Dólares e Euros, seja para especular (com as fantásticas taxas de juro que temos por aqui) seja para investirem na Copa do 2014, Olimpíadas, pré-sal, PAC, etc. (somos uma das poucas economias crescendo no cenário internacional e todo mundo lá fora quer um pouquinho): desvalorizar o Real? Não dá!

Nossas exportações se vendem mais por toneladas (commodities) e menos por quilo (produtos com alto valor agregado). É obvio que isso é perigoso para a saúde do nosso comercio exterior, pois os preços das commodities estão sujeitos à altos e baixos, o preço da “inteligência”  (leia-se: design, processo produtivo, gestão da informação, presença nos mercados, etc.) tende sempre a subir. Continuando a exportar navios com soja ou carne ao preço de uma meia dúzia de containers de SUV’s, não vamos chegar longe!
Mais uma pedrada: o pessoal lá fora (e nós orgulhosamente espalhamos isso), sabe que agora somos a 6ª potencia econômica e se tudo correr bem (?) seremos a quarta potencia daqui a alguns anos ( a França que se cuide!). E daí? Daí, não somos mais um Pais em desenvolvimento e justamente nos tiraram o tal de SGP (Sistema geral de preferência): pois país rico não precisa disso.
Que pena: a “bengala” do SGP nos dava uma entrada preferencial em vários mercados e agora nos cabe brigar em igualdades de condições (?) com outros Países ricos…. como nós! (da próxima vez, trataremos esse assunto da tal de potência, mais à moda mineira, muito discretamente, quase em silêncio!).
Vários produtos industrializados Brasileiros estão sendo substituídos por produtos chineses nos mercados tradicionais onde exportamos. Setor têxtil, brinquedos, plásticos, lâmpadas, embalagens, calçados, vestuário, bastante afetados.
(veja, por exemplo, na Argentina onde os chineses estão nos tirando da jogada sobre muitos produtos, avançando em uma progressão geométrica: em 2003, o Brasil exportava para Argentina 8,6 vezes mais do que os chineses: hoje só ganhamos deles de 2,5 vezes (pode imaginar para quando será a ultrapassagem?)
O pior, 45% das empresas Brasileiras (dados da CNI) estão sendo afetadas pela concorrência de produtos chineses, aqui, no nosso quintal. Moral da historia: estamos vendendo para eles, em toneladas (matéria prima) e importamos por quilo (produtos manufaturados)!
É só esperar para ver como vai acabar esse jogo (o pior sem regras e sem juiz, a quem talvez se poderia culpar!)
Até agora nesse jogo já estamos perdendo de goleada de 4 a 0
1X0  não dá para fazer muito com o cambio dólar/real
2X0 aumenta nossa vulnerabilidade exportando commodities e perdendo exportações de manufaturados
3X0 jogando em casa, estamos perdendo feio para os produtos importados: empresas que fecham, industriais  que viram comerciantes, desindustrialização.
4×0 custo Brasil aumentando (salários, insumos, logística, etc.)
Onde foi acabar a famosa criatividade Brasileira, o jogo de cintura, o jeitinho, a “esperteza” natural? Até no futebol, no qual ninguém ganhava de nossa criatividade, temos tido resultados não entusiasmantes!
Nos entrincheiramos nos problemas de sempre: rodovias cheias de buracos, aeroportos no colapso, portos ineficientes, impostos, reformas em “banho Maria”, burocracia que nem se fala, parceiros comerciais as vezes pouco confiáveis, concorrentes desleais, etc.
Até agora falamos daquilo que está fora de alcance do dia a dia da empresa.
Como sair dessa?
Se insistimos na situação conjuntural, então a receita é fácil: basta clonar o que fazem  os países altamente exportadores. Aqui vai uma “lição de casa” que não é novidade para ninguém:

·         Qualidade, transparência da gestão publica e estabilidade institucional.
·         Regulamentação favorecendo investimentos em competitividade.
·         Infra-estrutura de 1° mundo.
·         Negociação para ter acesso aos mercados externos com acordos bi e multilaterais
(México e Chile que ensinam!)
·         Reforma tributaria (para não exportar impostos)
·         Maiores incentivos à exportação (exemplo: linhas de crédito oficiais para importação de equipamentos, treinamento).
·         Articulação de uma estratégia exportadora mais ativa, desvinculada da conjuntura do mercado interno
·         Investimento na formação tecnológica criando novas competências em produtos e serviços de alto valor agregado
·         Geração e divulgação das marcas brasileiras e investimento para abrir canais de distribuição de produtos no exterior
·         Criação de concreto suporte financeiro para as operações de comércio exterior.
·         Desenvolvimento de uma importante base de informações.
·         Investimento em educação e treinamento(formando mais engenheiros!!).
·         Incentivo a constituição de redes de empresas
·         Simplificação dos processos administrativos.
·         Promoção da cultura exportadora.
·         Inserção de mais PMEs na exportação, diversificando mercados e produtos

Não somos nós que vamos sugerir tudo isso, pois é elementar, além do fato de que no máximo podemos sugerir, mas não podemos agir!
O problema é que até fazer tudo isso que acabamos de indicar, talvez passe uma ou duas gerações, e nós como ficamos?
Então, “mudamos de pagina” e vamos dar uma olhada se dá para reduzir os efeitos negativos dessa situação fora de nosso alcance.
O que é que está ao nosso alcance?  Dar uma “chacoalhada” na nossa empresa! (ou como dizem os experts uma “re- engenharização”. Prefiro chacoalhada, pois tem que se pegar a empresa e revirar de cabeça para baixo)
Tenho certeza que vai ter muita coisa para mudar
Começamos pelo início:
Como está nossa empresa; há quanto tempo que não lançamos um produto novo; há quanto tempo que o nosso produto não tem modificações; há quanto tempo não visitamos a maior feira do mundo do nosso setor para ver o que acontece no tal de mercado global; o nosso departamento de exportação conta com gente qualificada para isso, ou só tem alguém que fala algum idioma estrangeiro; quantos anos de uso tem nossa máquinas; temos terceirizado ao máximo; é viável uma “delocalização”; nossos processos produtivos estão atualizados; nosso pessoal está sendo treinado periodicamente; temos tirado pedido ou gerenciado a exportação; estamos na “zona de conforto” ou estamos pegando nossa maleta e garimpando os mercados; temos tendência mais para oportunismo ou para oportunidades; a exportação é meta de faturamento com lucro imediato ou é uma estratégia da empresa; temos sido agressivos como os chineses ou esperamos que alguém toque a nossa campainha; temos verificado se podemos intensificar o trabalho de “co-working” junto aos nosso fornecedores; temos comparado o preço de nosso produto com o preço no exterior do mesmo???

Porque tudo isso? Porque a competitividade começa na empresa! Eu posso viver no melhor país do mundo, um país onde até colocam o tapete vermelho para o exportador (como usa uma famosa linha de aviação Brasileira para seus passageiros), mas se eu empresa, não tiver cortado gordura internamente, não tiver uma visão global do meu negócio, uma atitude de médio longo prazo, uma cultura de internacionalização dentro da empresa (lembro que é muito mais difícil vender a idéia da exportação na empresa do que vender o produto lá fora), não vai adiantar ter  “o tapete vermelho” se eu estou parado.
Eu preciso ter uma velocidade natural pela minha competitividade “intrínseca“ como empresa; se depois tiver um empurrão, ótimo, vou aumentar a velocidade, mas devo ter uma velocidade mínima para aproveitar o empurre.
Traduzindo: o maior responsável (quase sempre) da competitividade na exportação é a empresa: portanto, primeiro colocamos “a casa em ordem” e depois vamos, com mais moral, pleitear mais ajuda (o empurrão da conjuntura)!
Pensamos por um instante como países onde existe um altíssimo custo de mão de obra, uma moeda forte, uma complicadíssima gestão do pessoal, conseguem ter saldo positivo na balança comercial de produtos manufaturados de centenas de bilhões de dólares (e não estou falando da China). Eles exportam “INTELIGÊNCIA” por gramas e não commodities a granel.
Exportam competência de gestão, design, inovação tecnológica, custos ao mínimo, alta eficiência por pessoal treinado, o gosto para o bem feito, elevada terceirização, “delocalização”, empresas em redes, controle da  distribuição, inteligência de informação, investimento em conhecimento de mercado, investimento em patentes e marcas.
O assunto é: tem que vender por gramas e não por toneladas.
Na Europa também tem produtos chineses e também fecharam um monte de empresas. Quais? As que tinham como vantagem competitiva o preço! E sempre terá um chinês com um preço na metade ou um quarto do seu. Se você competir por inovação, design, tecnologia, vai ter vida mais longa.
Anos atrás tive acesso a um estudo feito por uma Associação de produtores de calçados em outro país de América Latina, cujo titulo era “Como parar a invasão chinesa” (um calhamaço de 165 páginas).
É obvio que foi dinheiro jogado fora, pois as empresas que encomendaram esse estudo já não existem mais, pois não tem como “parar os chineses”.
Por outro lado, uma outra associação de produtores, para moda, encomendou  a um Instituto tecnológico e de gerenciamento, um estudo cujo titulo era ”Como melhorar a competitividade do setor de artigos de moda”.
Vocês já adivinharam quem investiu melhor dinheiro e tempo!
E então o que fazemos? Vamos continuar a resmungar a vida toda sobre cambio, reforma tributária, logística, e tudo o que falamos?
Até que a situação se “normalize”, talvez já não estejamos por aqui!

O negocio é arregaçar as mangas e vamos fazer um check-list na nossa empresa (como faz o comandante de um avião antes de sair do pátio de estacionamento para a pista de decolagem), vamos analisar a nossa competitividade interna, vamos pensando em alianças deixando de lado nossas virtudes latinas (individualismo por natureza, e desconfiados por vocação)! A esse propósito, experimente pensar: quantas empresas fecham por ser pequenas e quantas fecham por pensar pequeno?
É agora que temos que pensar em internacionalizar, já que com o mercado interno aquecido podemos ter uma margem de segurança a mais. Lembro que o pior momento para pensar em exportar é quando o mercado interno está em crise, pois na crise, você não tem recursos e calma para esperar os resultados da exportação, sem contar que talvez você tenha que “revolucionar“ a forma de produzir para ser competitivo lá fora. Não acha que é melhor iniciar antes que a crise te pegue?
E, depois não precisa falar  isso: você não tem alternativa! Não está conseguindo exportar pela “conjuntura”, está perdendo mercados lá fora duramente conquistados, aqui dentro do seu mercado já está perdendo posição. A pergunta é: até quando vai agüentar?
Você precisa sair desse circulo vicioso: vai fazer uma visita na maior feira mundial do seu setor. Vai ser a forma mais barata para você elaborar seu plano de ação: se medindo com o mundo!
A hora de exportar é agora, preparando-se profissionalmente. Essa situação de conjuntura não vai mudar logo e você está lutando contra o tempo.
Pense em alianças, pense em novas características do produto, na embalagem, numa outra forma de vender, numa nova proposta da empresa, pense numa maior qualificação de pessoal, pense em novos mercados, pense que somos o povo mais criativo do mundo, (faça acordar em você aquela criatividade tropical pela qual somos tão famosos), pense hoje em internacionalizar: amanha pode ser tarde!

Boa sorte!

Nicola Minervini
Autor do livro “ O exportador”, um livro que tem formado milhares de executivos de comercio exterior nos últimos 21 anos,  saindo a sexta edição  agora em Agosto 2012, onde se focaliza a internacionalização com inovação, com método. 

27/08/2012

Importador passa a ter acesso ao sistema de comércio exterior pela internet.


Mudança vai facilitar o registro e acompanhamento de importações.

Declarar a importação ficará mais ágil e simples a partir da última quinta-feira (23), com o registro e o acompanhamento da operação por meio da internet. Antes, os interessados tinham que instalar aplicativos em cada computador destinado a realizar a operação e ter acesso a uma rede exclusiva para poder utilizar Sistemas de Comércio Exterior (Siscomex).

O Siscomex, que está em operação desde 1997, é um sistema informatizado que interliga importadores, exportadores, despachantes e órgãos do governo, entre eles a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Banco Central e a Receita Federal.

Com o Siscomex Importação Web, será possível ter acesso, por meio da internet, a vários aplicativos a partir de qualquer lugar e a qualquer momento, com a utilização da certificação digital. A interface do sistema também passou a ser mais amigável para os usuários, com navegação simples e acesso a diversos menus.

O novo sistema permite consultas paralelas e beneficia, principalmente, o pequeno operador, que não precisará, entre outras coisas, ter que baixar aplicativos para o seu computador. É uma alternativa para agilizar todo o processo. É um grande avanço no Siscomex Importação e a primeira grande mudança de plataforma tecnológica, disse o subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal, Ernani Argolo Checcucci Filho, que garantiu a segurança do novo modelo.

24/08/2012

Chineses buscam parceiros no Brasil. Aproveite essa oportunidade!


Entre os dias 8 à 11 de setembro, ocorrerá a Beauty Fair 2012 em São Paulo – Feira Internacional de Beleza Profissional, no Expo Center Norte – São Paulo, onde a CBCDE trará com exclusividade expositores chineses de todas as áreas de cosmético:
desde perfumes, cremes e maquiagens até pranchas e secadores de cabelo.
Clique na imagem abaixo para mais informações sobre alguns de nossos expositores e, caso tenha interesse em fazer negócios ou até mesmo representá-los aqui no Brasil,
entre em contato conosco e reserve já seu convite vip para a feira (quantidade limitada).

Importações para países árabes crescem 34% até julho


As importações brasileiras dos países árabes somaram US$ 7,3 bilhões no acumulado de janeiro a julho deste ano, registrando um crescimento de 34%, de acordo com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. As exportações, por sua vez, atingiram US$ 7,8 bilhões, resultado 0,33% maior do que o apurado no mesmo período de 2011.

O aumento expressivo das importações foi causado, de acordo com a instituição, pela busca por combustíveis minerais, que cresceu 43,31% no mesmo período, passando de US$ 4,47 bilhões para US$ 6,41 bilhões. O produto representa 80% do total de importações do País. A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira destacou também que as importações de ferro fundido/aço, alumínio, vidros, aparelhos e materiais elétricos têm ganhado importância no País.

Ainda no caso das importações, a maior parcela dos negócios (US$ 2,4 bilhões) foi realizada com a Argélia. A Arábia Saudita vem em segundo lugar na lista, com US$ 2,1 bilhões, seguida pelo Kuwait (US$ 715,42 milhões).
O principal destino das exportações brasileiras é a Arábia Saudita, que comprou US$ 1,6 bilhão do Brasil de janeiro a julho deste ano. Na sequência, vêm os Emirados Árabes Unidos (US$ 1,3 bilhão) e o Egito (US$ 1,2 bilhão).

"O relacionamento comercial entre Brasil e países árabes se mostra aquecido e os produtos com maior interesse para exportação são carnes, açúcar, minérios e cereais", disse o diretor geral da câmara, Michel Alaby, em nota distribuída à imprensa.


Fonte: Exame

22/08/2012

Importar carro por conta própria pode ser 30% mais barato


As montadoras de luxo têm ampliado seu portfólio no Brasil com a adição de modelos nunca antes vendidos no País. No entanto, muitos veículos ainda ficam de fora do mercado nacional. Carros emblemáticos como o Chevrolet Corvette e o Ford Mustang não chegam pelas mãos de suas marcas ao País e a única solução pode ser apelar para o serviço das chamadas importadoras independentes, conhecidas por realizar as vontades de brasileiros endinheirados e exigentes.

O médico sergipano Adelino Lopes Carvalho Neto, 68 anos, acabou de encomendar seu segundo modelo importado de forma independente. A primeira aquisição foi um Ford Mustang Premium, versão de entrada do modelo nos Estados Unidos, que chegou ao País em outubro passado. Agora, Carvalho está à espera de um Shelby GT 500, versão topo de linha do esportivo, com motor V8 5.4 l tem 671 cavalos de potência. "Meus filhos moram nos Estados Unidos e eu já tinha andado no carro lá. Fiquei apaixonado e resolvi comprar um", diz.

O processo de importação, segundo ele, aconteceu sem dores de cabeça. Carvalho escolheu o primeiro carro pelo site da montadora na internet e fez o pedido através de uma empresa especializada no serviço. "Um representante foi até à concessionária da marca nos Estados Unidos e deu entrada no pedido do carro. Enquanto isso, o cliente entregou a documentação necessária para se "tornar um importador" e pagou as taxas e impostos", explica Marcos Tavares, diretor da Connect Motors, empresa especializada em serviços de assessoria nos processos de compra, exportação e importação de veículos.

Quando o carro encomendado chegou à concessionária da marca, foi retirado pelo mesmo despachante que fez o pedido, e posto em um container, que chegou ao porto de Aracaju, em Sergipe. "Nosso trabalho é assessorar essa importação, que vai ser feita para pessoa física", reforça Tavares. Toda a operação durou cerca de 60 dias. "Recebi o carro em perfeito estado, exatamente do jeito que escolhi. A quantidade de imposto assusta, porque sai mais de 100% em cima do valor original do carro, mas ainda assim vale a pena", comenta Carvalho.

Por mês, a Connect chega a fazer três pedidos, e a maioria dos clientes vai atrás de veículos esportivos. "Acabamos de trazer uma McLaren MP4-12C para um cliente do Recife. Foi uma compra alta, de R$ 1,5 milhão. Existe um modelo desses à venda em São Paulo por R$ 2,2 milhões. Por isso ele resolveu importar", conta o executivo da empresa. Entre os pedidos mais comuns estão o Ford Mustang, o Chevrolet Camaro conversível, o Porsche Cayenne S e o BMW X6. "Modelos como o Cayenne S e o X6 são vendidos aqui, mas saem chegam com o custo menor e um preço bem mais competitivo quando importados. A economia pode ser de até 30%, dependendo do modelo", explica Carvalho, reforçando que todo o pagamento deve ser feito à vista, já que não existe meio de financiamento pela empresa. "Muitos dão o sinal de 10% do valor do carro e depois recorrem a um empréstimo pessoal para quitar a compra conosco", conclui.

Quais documentos necessários para se tornar importador?
CPF, RG, comprovante de residência e de renda.
Quais são os impostos pagos?
Imposto de Importação/IPI/ICMS/PIS-Cofins. Além destes incorrem taxas portuárias como capatazias/armazenagem/marinha mercante/honorários de despachante e também taxas de anuências junto aos orgãos públicos (Ibama/Denatran)
Como são pagos os impostos?
Os impostos são debitados diretamente na conta do importador (pessoa fisica) pela Receita Federal, no ato do desembaraço aduaneiro do veículo junto a alfândega.
Qual a comissão da empresa?
Em média, de 4% a 10% do valor total da operação.

21/08/2012

Revitalização da indústria naval brasileira desperta interesse mundial


A indústria naval do mundo inteiro e os fabricantes de equipamentos para o setor acompanham com interesse o mercado que mais tem se desenvolvido nos últimos anos, tanto na construção de navios como nas encomendas de sondas e plataformas para exploração marítima de petróleo, na camada pré-sal. "Todo o empresariado e comércio marítimo internacional estão de olho no Brasil, porque somos o mercado que mais cresce", disse à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça.

Segundo ele, “a construção naval do país está em franca expansão e vai ajudar na recuperação da indústria em geral”. Como exemplo, citou que na época áurea da indústria naval no país, na década de 1970, os estaleiros empregavam 40 mil pessoas; atualmente, são 60 mil empregos diretos e “vamos ultrapassar 100 mil dentro de três anos, no máximo”, em razão, principalmente, da construção em andamento de mais sete estaleiros.
A frota brasileira contabiliza 397 embarcações (navios de longo curso, de cabotagem e de navegação interior), mas a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) estima demanda para mil embarcações até 2020. Necessidade, portanto, de mais 600 embarcações, principalmente para atender a exploração marítima de petróleo e gás. A demanda exige investimentos de aproximadamente R$ 55 bilhões nos próximos cinco anos, de acordo com estimativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os números da Antaq mostram que o Brasil tem hoje a quarta maior frota do mundo e é o terceiro mercado em produção, já como resultado da reativação possibilitada pela estabilidade financeira e pela decisão política de recuperar a indústria naval. Setor que foi “duramente sacrificado” nas décadas de 1980 e 1990 por causa de problemas políticos e econômicos que determinaram, inclusive, o fim de uma das maiores empresas mundiais de navegação, a centenária Lloyd Brasileiro, lembra o oficial náutico da Vale do Rio Doce, Luiz Gustavo Cruz.
Hoje, porém, os tempos são outros, e os estaleiros voltaram à ativa com mais investimentos e reativação da navegação de cabotagem (costeira), durante anos relegada ao abandono. O cenário de agora mostra que “a indústria naval está preparada para crescer, porque existe mercado, temos incentivo governamental, apoio da Petrobras e participação do sistema financeiro”, comemora Augusto Mendonça.

Na opinião dele, o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), lançado em 2004 pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, foi o grande responsável pela revitalização da indústria naval brasileira, a partir da encomenda de 49 embarcações a estaleiros nacionais, com índice de nacionalização mínima de 65% e investimentos de R$ 10,8 bilhões até 2016. Cronograma reforçado há três meses, quando a Petrobras anunciou investimentos de US$ 180 bilhões, até 2020, para construção de 105 plataformas de produção e sondas de perfuração, 542 barcos de apoio e 139 petroleiros.

Esses são planos para garantir o futuro da indústria naval, mas o setor já tem o que colher do Promef, posteriormente encampado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Estaleiro Mauá, de Niterói, já entregou os navios Celso Furtado e Sérgio Buarque de Holanda, e o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de Pernambuco, lançou ao mar o navio João Cândido, no final de maio último, com atraso de 20 meses em relação ao prazo combinado. A Transpetro espera receber mais três navios ainda este ano.

Fonte: Agência Brasil / Stênio Ribeiro

17/08/2012

China enfrenta pressão para concretizar crescimento de 10% do comércio exterior, afirma porta-voz


O porta-voz do Ministério do Comércio da China, Shen Danyang, afirmou nessa quinta-feira (16) que diante de fatores externos negativos como a crise europeia de dívidas e a recuperação lenta da economia mundial, o comércio exterior do país enfrentará no segundo semestre deste ano uma situação mais severa e ainda mais pressão para concretizar a meta do crescimento anual de 10%.
Segundo estatísticas, em julho, as importações da China ultrapassaram US$ 151,7 bilhões, um aumento de 4,7%. No entanto, por causa da redução considerável da demanda da União Europeia, as exportações registraram US$ 176,9 bilhões, uma alta de apenas 1%.
Além disso, os dados do Ministério do Comércio ainda mostram que de janeiro até julho deste ano, chineses investiram diretamente em 2.407 empresas estrangeiras em 117 países e regiões do mundo. O valor de investimento diretos não financeiros atingiu US$ 42,2 bilhões.
(tradução: Shi Liang  revisão: Camila Olivo)


13/08/2012

Como Fazer Negócio com a China


ABRACOMEX disponibilizou mais um importante recurso para empresas que querem entrar no mercado chinês. 

A palestra "Como Fazer Negócios com a China" ministrada pela especialista Catarina Carvalho é muito esclarecedora, para quem deseja iniciar importações ou exportar, para o maior parceiro comercial do Brasil.

 Assista agora :




Outros incentivos desta natureza também estarão presentes no Curso de Internacional Trader, que começara no dia 25/08 em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi e diversas outras Câmaras de Comércio. 

Acompanhe toda a programação  no site da ABRACOMEX, através do endereço http://goo.gl/Vt8HJ.

09/08/2012

Brasil tem 90 medidas para se proteger contra importações


Brasil possuí atualmente noventa medidas de defesa comercial  entre salvaguardas e antidumping. Segundo lista publicada no site do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), cada país que tem uma medida de defesa aplicada contabiliza-se como nova.   Especialistas consultados pelo DCI acreditam que a aplicação deste tipo de restrição pode vir a prejudicar a  imagem do País em suas relações internacionais.

Segundo pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial doComércio (OMC) e Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada em maio, entre o início da crise econômica mundial em 2008 e junho de 2011 o País foi a 2ª nação que mais iniciou ações antidumping contra importações, com 80 ações.

Para o professor da Faculdade Santa Marcelina, Reinaldo Batista, “há uma ‘Argentinização’ do comércio exterior do Brasil que é criar medidas desse tipo e tentar proteger o mercado interno , isso tem aumentado e o governo está mais suscetível e mais sensível a proposições dos fabricantes nacionais”, afirma.

Ele acredita que essas medidas não têm visão macro sobre o problema, “dependendo de quem faz o pleito ou como faz o pleito ele [o produto] é atacado”, disse.

O professor  coloca que o País tem feito não só medidas oficiais como antidumping e Salvaguarda mas ações “não oficiais”, que dificultam a entrada de produtos. Um dos exemplos é o estabelecimento de um preço mínimo para o produto.  O importador, ao solicitar a Licença de Importação, não sabe qual é esse preço mínimo e caso o documento não contenha o valor previsto, o processo é indeferido e tem de ser  iniciado novamente.

Na opinião do presidente da Cathay Brasil, Geraldo Ferreira, o problema maior é que essas ações deixam o mercado consumidor sem opções. Para ele, as medidas restritivas podem, inclusive, gerar uma pressão inflacionária. Além da questão do possível aumento de preços, Ferreira acredita que a imagem do Brasil no exterior pode ser fragilizada devido ao protecionismo.

Para o consultor de Comércio Internacional, Welber Barral, a imagem do Brasil dentro da OMC é positiva . “O Brasil, desde a fundação da OMC, tem sido um dos membros mais ativos, ele é o país em desenvolvimento que mais reclama na OMC, que mais tem casos na OMC, a gente ganhou todos os casos, pelo menos parcialmente. O Brasil tem uma excelente apresentação”, opinou o consultor internacional.

O especialista contudo não descarta um desgaste que a imagem do País pode ter perante seus companheiros de instituição devido ao protecionismo, “evidentemente isso [boa imagem] não exime algumas críticas em relação ao Brasil pelas medidas adotadas nos últimos anos e é claro que se o Brasil for questionado vai ter que se defender na OMC”, completou.

Até hoje, segundo o consultor, o País já foi protestado mas não houve nenhum caso concreto de punição. “Há algumas reclamações contra o Brasil, de que o País esteja dando uma guinada protecionista mas isso não se materializou em uma ação concreta contra o Brasil”. O especialista lembra que “o último caso da OMC foi o Brasil reclamando contra uma medida antidumping da África do Sul”, disse.
Na opinião do professor da Santa Marcelina ainda não deu tempo para a imagem do Brasil ficar prejudicada dentro da OMC. “É só uma questão de tempo para que isso pese negativamente em relação à imagem do Brasil na OMC”, disse.

Para ele, a política protecionista deve continuar durante o governo Dilma Rousseff, pois “não há nenhum indício de que o saldo da balança comercial tenha uma melhora expressiva, porque o Brasil foi saindo do mercado internacional na parte de exportação”, colocou o professor.
Por: Paula de Paula

08/08/2012

Anvisa recebe liminares sobre liberação de remédios


Brasília - O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirmou que a agência já recebeu uma série de liminares requisitando a liberação de produtos e medicamentos. "Cumprimos a determinação, mas isso está tumultuando ainda mais nossas operações", disse. Ele afirmou que, ao ter de atender as liminares, muitas vezes outras cargas consideradas prioritárias têm de ser desembaraçadas num outro momento.
 
Para tentar reduzir o impacto da paralisação, a agência alterou o sistema para liberação das cargas. Aquelas que permanecem mais de cinco dias aguardando avaliação, poderão obter o deferimento antecipado de licenciamento de importação. A medida também pode ser requerida quando não houver capacidade de armazenamento de cargas suficiente nos portos e aeroportos.
Os efeitos da paralisação já começam a ser sentidos no atendimento. A Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) informou que, mesmo com ações emergenciais, alguns hospitais registram estoques mínimos e falta de alguns reagentes, materiais descartáveis e alguns produtos farmacêuticos, todos de origem estrangeira.

O secretário-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), entidade que reúne empresas que atendem mais de 70% do mercado de kits de diagnóstico, considera a situação crítica. "Se as coisas continuarem neste ritmo, em mais uma semana entregas já não poderão mais ser realizadas", afirmou. As empresas também conseguiram liminar da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo para que em 48 horas, a Anvisa realize a conferência de todas as mercadorias importadas retidas em portos, aeroportos e demais postos alfandegários do Estado de São Paulo.

O presidente da associação que reúne laboratórios públicos nacionais, Luciano Vasquez, também se diz preocupado. Ele afirma que, por enquanto, os laboratórios têm estoques suficientes. "O problema é que, quando a greve terminar, a liberação não ocorrerá de um dia para o outro. Haverá uma demanda reprimida e, se um esforço concentrado não for feito, o risco de dificuldades no abastecimento aumentará".


Fonte: Exame

06/08/2012

Importação do primeiro semestre é recorde para o período


As importações de janeiro a junho de 2012 foram recordes para o período ao totalizarem US$ 110,142 bilhões, segundo informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As compras brasileiras no exterior de combustíveis e lubrificantes subiram 13,7% enquanto que as importações de bens de consumo aumentaram 4,2% em relação a igual período de 2011. As importações de bens de capital cresceram 4,8% enquanto que as compras internacionais de matérias primas e intermediárias caíram 0,4% no período.




Do lado das exportações, que tiveram queda de 1,7% no acumulado de janeiro a junho deste ano ante igual período de 2011, houve retração nas três categorias de produtos. Os manufaturados tiveram uma retração nos embarques de 1% puxada por plataforma de perfuração e exploração, laminados planos, calçados, açúcar refinado, motores para veículos e partes, autopeças e automóveis de passageiros. Na categoria de básicos, a queda nas exportações foi de 1,4% e principalmente pela redução dos embarques de milho em grão, café em grão, minério de ferro, minério de cobre, carne de frango, farelo de soja e carne bovina. As exportações de semimanufaturados tiveram uma retração de 6,5% no primeiro semestre, sendo as maiores reduções em ferro fundido, açúcar em bruto, celulose, couros e peles e alumínio em bruto.



Mercados - No período de janeiro a junho deste ano, as exportações para a Ásia cresceram 5% e para os Estados Unidos, 16,5%. Por outro lado, as vendas externas tiveram queda de 7% para a União Europeia e de 14,7% para o MERCOSUL, principalmente por conta das vendas para a Argentina, que caíram 16% nos primeiros seis meses do ano em relação a igual período de 2011.



Do lado das importações, as compras brasileiras da Ásia aumentaram 4,2% (sendo 8,1% das compras realizadas da China); da União Europeia, 9,1%; dos Estados Unidos, 0,8% Por outro lado, as importações do MERCOSUL caíram 6% no primeiro semestre, sendo que a queda foi maior com a Argentina, de 8,6%.

Fonte: Grande ABC


03/08/2012

Dicas aos Negociadores Internacionais


Pensar que ainda muitos executivos contam com a "intuição" para conduzir e fechar negócios, é associar à atitudes primitivas. O mercado já não aceita as soluções caseiras e conhecimentos que se restringem ao ambiente do executivo como formas de solução de conflitos e interesses da negociação. As variáveis de uma negociação são muitas, ainda mais quando se trata de negociações globais, onde as diferenças e as variáveis são ainda mais delicadas. Como todas as negociações são feitas por pessoas, elas trazem consigo uma bagagem cultural, valores e normas compartilhadas durante uma vida toda. Isso exige do Negociador Internacional a compreensão sobre o comportamento e as estratégias da pessoa que está sentada à sua frente. Cada cultura tem o seu jeito de se organizar, se comunicar, tomar atitudes, formas diferentes de exercer as hierarquias e poder. Possuem processos decisórios diferentes, envolvem diferentes pessoas e diferentes aspectos legais. Portanto, o negociador que não considerar esses aspectos subjetivos, poderá perder uma negociação e/ou passar por situações de constrangimento.

Nessas horas, a compreensão cultural é fundamental para a construção de um relacionamento de confiança, e pode ser considerada como uma estratégia de negócios. Pensando na possibilidade de usar a compreensão cultural como uma estratégia, trago aqui 10 dicas para os Negociadores Internacionais... lá vão elas!

Dicas:
1 - Independente do que estejas negociando, lembre que existe interação entre pessoas e isso resulta em uma interação de linguagens, símbolos, valores...: Quebre seus paradigmas e descarte as práticas que você está acostumado a adotar no mercado interno (tanto as legais quanto as comportamentais). Se sua intenção é ganhar o cliente e manter uma relação de confiança, estude sobre sua cultura, seus comportamentos aceitáveis, participe de treinamentos interculturais e respeite a prática adotada pelo outro lado. (respeitar não significa concordar).

2 - Entenda "quem" são as pessoas envolvidas no negócio: Saiba quem são as pessoas envolvidas e também tente entender o papel dessas pessoas na organização, para que você não corra o risco de conceder uma concessão antes da hora, ou gastar uma "carta da manga". Tente descobrir quem faz parte do processo decisório.

3 - Poder de Decisão x Conhecimento: Alguns países associam "poder" com a quantidade de informação e domínio sobre o produto que o negociador passa durante o processo de negociação, mas existem países de culturas mais hierárquicas que preferem fechar negócios apenas com o alto escalão da empresa, conseqüentemente precisarão saber o seu nível hierárquico e qual o seu poder de decisão. Não estranhe...

4 - A Linguagem Cultural: Entenda sobre a etiqueta local, sobre o que é permitido na hora dos cumprimentos, comportamentos que são considerados inadequados, comportamentos adequados (contato visual, demonstrar ou não emoções, permanecer ou não em silencio, tocar nas pessoas, a importância do relacionamento, grau de formalidade na negociação). Parecem aspectos secundários, mas o Francês prefere que o negociador, olhe nos seus olhos no momento de fechar o negócio. Já os orientais sentem o "olho no olho" (que para nós brasileiros inspira confiança), como desafiador e agressivo, podendo até ser interpretado como um confronto, e geralmente respondem a esses olhares com sorrisos (que não significam alegria, mas sim constrangimento). Abordagens agressivas assustam os portugueses, é o caso do controlador e principal executivo da CSN, que perdeu diversas disputas no mercado externo devido a sua falta de adequação de estratégias de acordo com os aspectos culturais e políticos do outro país.

Para os chineses, mais importante do que "o que é dito", é "o que não é dito". Eles cultuam o silêncio e ouvem, balançando a cabeça enquanto analisam, mas isso não significa que estão concordando.

5 - Tempo: A noção de tempo é diferente e o tempo possui valores diferentes nas diversas culturas existentes. Para EUA "Time is Money". Na China, tempo ajuda a conhecer os hábitos, portanto as negociações são lentas.

6 - Seja sempre Pontual: Ser pontual é sinônimo de responsabilidade e respeito pela outra parte envolvida na negociação. Este é inclusive um dos comportamentos que estão sendo adotados como padrões para todos os países durante rodadas de negócios e encontros internacionais. Porém não se incomode caso negociadores da América Latina ou do Oriente Médio se atrasem; mas americanos, suíços, alemães e australianos não têm costume de se atrasar para seus compromissos de negócios, portanto se isso acontecer, tente identificar o que ocorreu e qual a importância desta negociação para eles.

7 - "Faça do limão uma limonada": Usando como metáfora uma expressão bem brasileira, aproveite as diferenças culturais para se sobressair nos negócios. Use seus conhecimentos sobre a cultura, como se fosse uma ferramenta para o alcance de vantagem competitiva durante o processo de negociação. Os treinamentos interculturais são ótimos para desenvolvimento dessas habilidades.

8 - Identifique a estratégia: Identifique se o país valoriza mais o individualismo (indivíduos autônomos, normas) ou o coletivismo (obrigações sociais e interesses coletivos); isso te dará indícios para entender qual a estratégia que o negociador utilizará. O individualista por exemplo, poderá focar suas estratégias na obtenção de resultados positivos e rápidos; já o coletivista abordará questões familiares, tentará uma aproximação social; para depois falar de negócios.

9 - O que você diz, nem sempre é o que os outros entendem: Antes de escolher uma estratégia de negócio, tente entender como acontece o processo de percepção do seu cliente/parceiro ou fornecedor. A história de vida, os valores cultuados e a forma como vivem são fatores a considerar. Vou explicar melhor... Muitas vezes dizemos coisas que não são bem interpretadas por outras pessoas e podemos ver isso claramente no caso citado anteriormente, de um brasileiro que ao negociar com chinês, achou que estava "arrasando" porque o chinês, sorria, balançava a cabeça em sinal positivo. Enquanto na verdade a percepção do chinês com relação ao comportamento do brasileiro, foi de constrangimento.

E por fim...

10 - Respeitar a cultura do outro não significa se submeter a ela: Construa relacionamentos de confiança e duradouros. O mercado está cada vez mais competitivo e aberto, portanto, firmar parcerias pelo mundo afora, é uma grande estratégia para sobrevivência. Mas para que isso aconteça é necessário conhecer o seu parceiro, respeitar sua cultura e cultivar a relação.



* Graziele Zwielewski é Psicóloga Cognitiva especialista em Gestão Internacional e também Administradora. Atua desde 2000 no ambiente corporativo, lidando com diferença cultural. Auxiliou grupos de empresários e executivos durante rodadas de negócios internacionais e atende famílias expatriadas. grazizw@gmail.com

02/08/2012

Os desafios do transporte de bebidas


O Brasil é um dos maiores países produtores e consumidores de cerveja, com uma produção  anual de 9 bilhões de hectolitros, além de se destacar cada vez mais no mercado cervejeiro internacional, com a entrada de capital estrangeiro. Estima-se que o Brasil exporte anualmente US$ 30 milhões em cerveja e importe em torno de US$ 2 milhões. Tal cenário de consumo exige uma estrutura logística capaz de alcançar todos os estabelecimentos do País, para garantir a excelência na entrega de bebidas alcoólicas e não alcoólicas.

O transporte de bebidas no Brasil vive diariamente muitos desafios, especialmente com a questão das vias, já que depende praticamente da malha rodoviária. As  rodovias foram concebidas como fator de aceleração do processo de desenvolvimento nacional, respondendo às demandas exigidas no Plano Nacional de Viação (1951) e no Plano de Metas (governo JK). Infelizmente, as condições não são as mesmas em todo o País. Sabe-se que as rodovias do Sul e Sudeste são consideradas as melhores, porém no interior o cenário é outro. Prova disso é que apenas 11% das rodovias brasileiras são pavimentadas (apenas 200 mil km enquanto temos aproximadamente 1,7 milhão de km de rodovias).

A situação se agrava quando a entrega deve ser feita de outro modo ou em condições mais precárias do que em rodovias, como o transporte de bebidas feito por jangada. Sim, isso ainda acontece no Brasil. Outro exemplo é a entrega em bares localizados em comunidades, em que o distribuidor tem de enfrentar dificuldades físicas para chegar ao local. Para realizar a distribuição em áreas como essas é necessário muito planejamento, conhecimento e capacidade de adaptação. O abastecimento das áreas rurais é outro desafio. O transportador deve transferir a carga do caminhão para tratores ou carros com tração nas quatro rodas.

Já em outras regiões, como o Norte do País, que possui características únicas como cidades isoladas e presença de grandes rios, o processo de logística é mais complicado e marcado pelo subdesenvolvimento da região, em relação às outras partes do  Brasil. Devido às características territoriais, a logística é realizada de forma multimodal. Em certas localidades o acesso ocorre apenas por barcos e jangadas, o que dificulta o transporte dos pallets de bebidas, uma carga pesada e de manejo delicado. Em alguns locais, em épocas de chuva, a carga só consegue ser transportada por meio do transporte fluvial, pois algumas rodovias de acesso são fechadas, o que requer atenção redobrada. Analisar os horários das marés e condições meteorológicas são práticas fundamentais, visto que algumas viagens podem levar até 36 horas ininterruptas sobre a água.

Por outro lado, o crescimento de pequenos estabelecimentos, que não têm demanda suficiente para efetuar a compra de um pallet fechado do produto, exige um esforço extra dos distribuidores cujos custos logísticos são impactados pela redução do drop size, a quantidade que o fornecedor entrega para cada cliente – ou a quantidade total vendida dividida pelo número de entregas realizadas. Desse modo, o custo de entrega por pallet chega a dobrar, pois muitas vezes os estabelecimentos que solicitam o produto estão em localidades distintas. E não podemos desconsiderar os obstáculos das grandes metrópoles, como São Paulo. A distribuição deve ser  realizada fora do horário comercial e por pequenos caminhões, os Veículos Urbanos de Carga (Vucs), impactando também no frete.

A parte boa da história é que nosso País, uma das referências mundiais no setor de bebidas, também se destaca pela excelência de sua entrega, independente dos desafios enfrentados diariamente. Embora as dificuldades para o transporte de bebidas no Brasil sejam inúmeras e de diversas origens, o setor garante a qualidade de suas embalagens e o respeito do prazo e local de entrega - tudo a um custo de distribuição justo.

Fonte: NetMarinha